A Teoria das Cordas

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A Teoria das Cordas é uma abordagem na física teórica que tenta descrever as partículas elementares e as forças fundamentais do universo de maneira unificada. Segundo essa teoria, as partículas que normalmente consideramos como “pontos” (como elétrons e quarks) na verdade seriam pequenas “cordas” vibrantes. Essas cordas podem ter diferentes tamanhos e formas, e as diferentes formas de vibração dessas cordas correspondem a diferentes partículas.

O estudo da teoria das cordas tem uma história fascinante, e é um campo em constante evolução da física teórica. Ela surge da tentativa de reconciliar a mecânica quântica e a relatividade geral, as duas grandes teorias que descrevem o universo, mas que são incompatíveis entre si em muitos aspectos. Vou te dar uma visão geral da sua evolução:

  1. Origens (1960-1970):

A ideia das cordas começa a surgir no final da década de 1960 e início de 1970, inicialmente em um contexto um pouco diferente do que vemos hoje. A primeira motivação estava na tentativa de explicar a interação forte, uma das quatro forças fundamentais da natureza, que mantém os quarks juntos dentro dos prótons e nêutrons. Em vez de partículas pontuais (como um elétron ou um quark), os físicos sugeriram que essas partículas poderiam ser na verdade “cordas” vibrantes. Cada modo de vibração de uma corda corresponderia a uma partícula diferente.

  1. Teoria das cordas e a dualidade (1970-1980):

Na década de 1970, a teoria das cordas começou a mostrar promissores resultados matemáticos. O físico Leonard Susskind, entre outros, percebeu que a teoria das cordas poderia também ser uma maneira de unificar todas as forças fundamentais da natureza (gravidade, eletromagnetismo, interação forte e interação fraca). O trabalho de figuras como John Schwarz e Michael Green na década de 1980 ajudou a colocar a teoria das cordas em uma posição de maior credibilidade científica. A teoria ainda era extremamente matemática e abstrata, mas começou a se afastar da ideia original de ser uma simples descrição da interação forte para se tornar um possível candidato a uma “teoria de tudo” (uma teoria que unificaria todas as forças).

  1. O surgimento das supercordas (1984):

Em 1984, algo significativo aconteceu. John Schwarz e Michael Green descobriram que a versão “super” da teoria das cordas, ou seja, a teoria das supercordas, resolvia muitas das inconsistências matemáticas que haviam surgido nas versões anteriores. Supercordas incorporavam o conceito de supersimetria, uma ideia proposta na física para unir as partículas de matéria e as partículas mediadoras das forças em uma única estrutura. Isso foi um grande avanço, e a teoria das supercordas rapidamente se tornou o campo dominante da pesquisa em física teórica.

  1. A busca pela teoria de tudo (1990-2000):

Na década de 1990, a teoria das cordas foi amplamente considerada uma forte candidata a ser a tão desejada “Teoria de Tudo” (ou “Teoria Final”), pois era a única estrutura que parecia ser capaz de unir a gravidade quântica com as outras forças fundamentais de forma consistente. Durante este período, a teoria das cordas também se desenvolveu para incorporar 10 dimensões espaciais (em vez das 4 que percebemos no nosso cotidiano), o que deu origem à ideia de que o universo seria muito mais complexo do que imaginávamos, com dimensões extra compactadas que não podemos perceber diretamente.

A “teoria de tudo” (ou “Teoria Final”) é um conceito que se refere a uma teoria física única e abrangente que possa explicar todas as forças e partículas fundamentais do universo de maneira coesa. Isso inclui tanto a gravidade quanto as forças eletromagnéticas, nucleares fortes e fracas. O objetivo seria integrar todas as interações físicas em um único framework.

A teoria das cordas é uma proposta que tenta justamente alcançar essa unificação, sugerindo que as partículas fundamentais não são pontos, mas sim “cordas” unidimensionais que vibram em diferentes frequências. Essas vibrações determinariam as propriedades das partículas, como massa e carga. A teoria das cordas, então, é uma candidata promissora para uma teoria de tudo, mas ela ainda está em desenvolvimento e não é comprovada ou aceita como a resposta definitiva.

  1. O cenário atual (2000-presente):

Até hoje, a teoria das cordas ainda não foi experimentalmente verificada, e muitos físicos ainda buscam uma forma de testar suas previsões. Apesar disso, ela continua a ser uma área muito ativa de pesquisa, especialmente com avanços na matemática e novas ideias, como a “teoria M”, que é uma proposta para uma versão ainda mais geral da teoria das cordas, unificando diferentes versões anteriores. Embora a teoria das cordas seja muito atraente como uma possível descrição do universo, sua confirmação experimental continua sendo um desafio, pois as energias necessárias para testar suas previsões estão além do alcance das tecnologias atuais.

A teoria das cordas é fascinante, mas como toda teoria em física, ainda precisa de evidências experimentais para ser confirmada ou refutada. É um campo que explora não só as leis fundamentais do universo, mas também desafia a maneira como pensamos a realidade em níveis profundos.

A teoria surgiu como uma tentativa de reconciliar a mecânica quântica, que descreve as partículas em escalas muito pequenas, e a relatividade geral, que descreve a gravidade e o comportamento de grandes massas. Uma das principais propostas da Teoria das Cordas é que as dimensões do universo não se limitam às três dimensões espaciais e uma temporal que conhecemos, mas existem dimensões extras que estão “compactadas” em escalas extremamente pequenas, portanto, trata-se de um empolgante campo ativo de pesquisa.

As três dimensões espaciais do universo são:

  1. Comprimento (ou largura) – Representa a extensão de um ponto a outro ao longo de uma linha reta, normalmente associada ao eixo X em um sistema de coordenadas cartesianas.
  2. Largura (ou altura) – Refere-se à dimensão que se estende perpendicularmente ao comprimento, associada ao eixo Y.
  3. Profundidade (ou profundidade tridimensional) – Representa a dimensão que vai para frente e para trás, associada ao eixo Z.
  4. A quarta dimensão é o tempo, que é tratado em teorias físicas como uma variável fundamental que interage com as três dimensões espaciais. Essa combinação das três dimensões espaciais e a dimensão temporal forma o que chamamos de espaço-tempo, conceito fundamental na teoria da relatividade de Albert Einstein.

Esse espaço-tempo é uma “teia” que descreve como a matéria e a energia influenciam a curvatura do espaço e o fluxo do tempo.